Autismo em meninas: por que o diagnóstico costuma atrasar?
- Dra. Juliana Queiroz
- Sep 15
- 2 min read
Descubra por que o autismo em meninas muitas vezes passa despercebido. Saiba quais sinais observar e a importância do diagnóstico precoce.
Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é mais frequentemente diagnosticado em meninos, mas pesquisas mostram que o autismo em meninas é subdiagnosticado e, em muitos casos, identificado mais tarde. Isso acontece porque as manifestações podem ser mais sutis e facilmente confundidas com traços de personalidade ou outras condições.
Neste artigo, vamos explicar por que o diagnóstico costuma atrasar em meninas, quais sinais de alerta merecem atenção e como o acompanhamento neuropediátrico faz diferença.
Diferenças na apresentação do autismo em meninas
Máscara social: meninas autistas muitas vezes conseguem imitar comportamentos sociais, escondendo suas dificuldades.
Interesses específicos menos evidentes: em vez de temas incomuns, podem focar intensamente em assuntos aceitos socialmente, como bonecas, animais ou séries.
Comportamentos repetitivos discretos: estereotipias podem ser mais sutis ou aparecer como organização rígida de objetos.
Esses fatores tornam o diagnóstico do TEA em meninas mais difícil, tanto para famílias quanto para profissionais.
Fatores culturais que influenciam o diagnóstico
O olhar social sobre meninas também contribui para o atraso:
A timidez é vista como “normal” e pode mascarar dificuldades de interação.
Problemas de comunicação são confundidos com insegurança ou ansiedade.
O perfeccionismo é aceito como característica de personalidade.
Consequências do diagnóstico tardio
Um diagnóstico tardio de autismo em meninas pode levar a:
Atraso no início de intervenções essenciais;
Aumento do risco de comorbidades, como ansiedade e depressão;
Dificuldades acadêmicas e sociais persistentes;
Sofrimento emocional, pela sensação de ser “diferente” sem entender o motivo.
Sinais de alerta em meninas
Alguns sinais que devem chamar a atenção:
Pouca iniciativa em interações sociais, mesmo com familiares;
Dificuldade em manter amizades;
Conversas pouco recíprocas, apesar de linguagem adequada;
Interesses muito intensos, mesmo que comuns à idade;
Hipersensibilidade a barulhos, roupas ou texturas.
O papel do neuropediatra no TEA
O neuropediatra é o especialista indicado para:
Realizar avaliação detalhada do desenvolvimento;
Diferenciar TEA de outras condições, como TDAH ou ansiedade;
Identificar sinais mascarados;
Indicar intervenções precoces e personalizadas.
Conclusão
O autismo em meninas pode se manifestar de forma mais discreta, mas reconhecer os sinais precocemente faz toda a diferença. Se você suspeita de alterações no desenvolvimento da sua filha, procure um neuropediatra para avaliação especializada.

Transtorno do Espectro Autista em meninas




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