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Níveis de suporte no autismo: o que eles realmente significam?

  • Dra. Juliana Queiroz
  • 9 hours ago
  • 2 min read

O que são os níveis de suporte no TEA?

Quando falamos em Transtorno do Espectro Autista (TEA), muitas pessoas ainda usam termos como autismo leve, moderado ou grave. Mas o DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), referência internacional em saúde mental, propõe uma forma mais precisa de descrever as diferenças entre as pessoas dentro do espectro: os níveis de suporte.

Esses níveis indicam quanto apoio a pessoa precisa no dia a dia, e não uma medida de “gravidade” ou “inteligência”. Eles se baseiam em duas áreas principais:

  1. Comunicação social (como a pessoa interage e se comunica).

  2. Comportamentos restritos e repetitivos (como lida com mudanças e interesses fixos).


Nível 1 — Requer suporte

As pessoas nesse nível costumam ter linguagem funcional e conseguem se comunicar, mas podem apresentar:

  • Dificuldade para iniciar interações sociais;

  • Dificuldade em manter trocas recíprocas;

  • Rigidez comportamental que interfere em algumas situações.

Essas crianças e adultos geralmente conseguem frequentar escola ou trabalho com algum grau de adaptação, mas precisam de apoio para se organizar e lidar com mudanças.

É o que muitos chamam (de forma incorreta) de “autismo leve”.


Nível 2 — Requer suporte substancial

Aqui, as dificuldades são mais evidentes:

  • Interações sociais mais limitadas e com pouca iniciativa;

  • Comunicação verbal e não verbal reduzida;

  • Comportamentos repetitivos e resistência a mudanças que impactam a rotina.

Essas pessoas precisam de suporte estruturado e contínuo, tanto em casa quanto na escola, para conseguir se adaptar e se regular emocionalmente.


Nível 3 — Requer suporte muito substancial

Esse é o nível que envolve maior necessidade de acompanhamento constante. As características mais comuns incluem:

  • Comunicação mínima ou ausência de fala funcional;

  • Dificuldade importante em compreender e responder a interações sociais;

  • Comportamentos repetitivos intensos e forte resistência a mudanças.

Essas crianças ou adultos necessitam de ambientes muito estruturados, suporte individualizado e acompanhamento multidisciplinar contínuo.


O nível de suporte pode mudar?

Sim!Os níveis de suporte não são fixos — eles podem variar conforme o desenvolvimento, o contexto e as intervenções terapêuticas. Com o avanço da comunicação, melhora da autorregulação e ampliação das habilidades sociais, é comum que uma criança precise de menos suporte ao longo do tempo.

Da mesma forma, períodos de maior estresse ou mudanças importantes podem aumentar temporariamente a necessidade de apoio.


Cada pessoa com TEA é única

Os níveis de suporte ajudam profissionais a planejar intervenções, mas não definem quem a pessoa é. O mais importante é entender quais apoios ela precisa para se desenvolver, aprender e se relacionar com o mundo da melhor forma possível.

O diagnóstico é o mesmo, o suporte é o que muda.


Quando procurar o neuropediatra?

Sempre que houver dúvidas sobre o desenvolvimento social, comunicação ou comportamento da criança, vale uma avaliação com o neuropediatra.

O diagnóstico e o acompanhamento adequados fazem toda diferença para oferecer o suporte certo, no momento certo.


Os níveis de suporte podem mudar ao longo do tempo, com as intervenções adequadas.
Os níveis de suporte podem mudar ao longo do tempo, com as intervenções adequadas.

 
 
 

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